Basta que eu fique em silêncio um minuto para ouvir, longe, mas forte, a tristeza querendo ser liberta e sair sangrando dos meus olhos. Então isso me faz pensar em qual é o elo que existe então? A única coisa que eu realmente gostaria de ter errado era que o que existe é algo fraco, um nada, um por acaso. O que dói aqui nem me incomoda mais. Com o tempo, se sabe e se acostuma a viver na margem. Eu nem se quer reclamo, apenas suporto me olhar e ver os cacos e restos de sonhos. O tempo deixando marcas e eu a cada dia mais a mercê do julgamento alheio. Logo eu que quis um mundo diferente, não sei se quer mudar um pensamento. Eu queria matar as lembranças. Eu queria matar tanta coisa. É com tom de conformismo que eu não chamo por socorro morrendo nessa areia movediça. Qual é a diferença? Qual é a recompensa? É uma vida de andar só(isso é bom na maioria das vezes), de ter poucos amigos, de saber se cuidar. Eu vou trancar a porta da sala, eu vou esquecer a mudança. Já estou aqui, posso ficar e deixar com que todos possam seguir suas vidas e eu possa ajuda-los sempre que possível, será essa a minha alegria. Que venham as dores, eu aguento. Que venha a ingratidão, eu seguro. Eu tenho a missão de aprender a me conformar quando a luta já está perdida. Eu sei que está perdida.