sábado, 24 de março de 2012

Um dia antes de tudo acontecer.

Estava tudo muito bem
Até o dia que alguém
Perguntou por você
Então tive que responder 
Que algo aqui dentro jaz
E que muito tempo já faz
Desde a última vez que te ouvi
Então uma história triste vivi
Entre as lembranças de tardes sem fim
E das ilusões que construí  para mim
Você foi a que eu mais desejei
E hoje ainda não sei
O que causou tanta mudança
E chorando feito criança
Tentei voltar para meu lar
Mas estava abandonado o lugar
Fiquei então sem direção
Feche seus olhos e segura minha mão
Voltemos no tempo, vamos voltar a viver
Sonha comigo e acorda
Um dia antes de tudo acontecer.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Um dia de descanso

Me dá uma dia de paz nos braços da paz
Um dia de descanso
Pois quanto mais eu canto e canto
Uma lágrimas de sangue na minha face jaz
E como se eu fosse capaz
De ir contra o sistema
No meio do dia faço um poema
Ainda com gosto de feijão
De proletariado e pião
Nada de utopia nem ilusão
Temos uma meta, um trabalho uma reunião
Um dia para ganhar o sustento
E dias que eu quase não aguento
Quando a cabeça descobre a pressão
Eu vou andando como quero
Nem sempre como espero
Sem ver sorriso de ninguém
Sem chamar você de "meu bem"
Vamos tocando o enterro para frente
Reza a lenda que ficamos mais inteligentes
Quando mais tempo passar
E como comecei eu termino
Como um sonho de menino
Apenas deixem-me descansar.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Eu pensei que haveria
Sempre o tempo de sonhar
Que cresceríamos e então
Teríamos nosso lugar
Pensei que todo dia
Viveríamos com emoção
Mas o que vejo é um ônibus lotado
E um prato de feijão
Uma história que não se escreve
Uma lágrima a nos afogar
Uma angústia na despedida
Sem sementes pra plantar
E o cada um sabe de si
É o pouco que se quer viver
É o que resta de todo sofrimento
É o horizonte que se vê
Ao invés de um "boa noite"
Tenho um silêncio frio
Um medo de acordar
Que eu mesmo crio
E já que sou isso eu me deixo
Ao desleixo
Eu caio.


sábado, 3 de março de 2012

"Porque eu te amo"
Era o que mais se ouvia por lá
Era um terra sem fertilidade
Onde as flores foram brotar
E aquilo mais parecia um milagre
Um dia de aceitação
Como se toda seca fosse esquecida
Numa chuva no sertão
Uma terra tão divida
Sem povo para habitar
Mas ouviu-se uma voz tão doce
Que de repente o mundo inteiro trouxe
Um gosto para provar
Mas sem  aguado, sem nada
Sem amor e cuidado
Tudo aquilo voltou a secura
Um deserto desabitado
E cada dia que se passa nessa cidade
É um ano de horas que nunca passam
É um oceano queimando a costa
Namorados que nunca se abraçam
A cidade será empoeirada em breve
Esquecida no meio do mapa
Cada sorriso, uma luta
Uma trilha sem pegadas
O que se diz depois de tudo
É que a cidade será derrubada 
Está no seu direito, concordo
Depois de tanto saqueada
Haverá um dia de Sol
Uma noite de Sol
Mil verões para nada