quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Meu hoje

Em minha cabeça pergunto "Por quê?"
E 10 entre 10 sempre sabem o que fazer
Pensando no futuro que não terei 
Me pergunto pra que serve tudo que sei
E querendo tando uma dor que me desse
Inspiração além de preces
Posso dizer que consegui aquela ferida
Que não se esquece nem no último segundo de vida
E estarei a pouco a enfeitar
Árvores de Natal sem ninguém pra olhar
Porque sei que finda o desejo
De alegria, futuro e beijo
Eu sei que não tem perdão
Mas no fundo tudo não passa de ilusão
Eu sonho com a tua voz pedindo ajuda
E me acordo chorando, porém muda
Existe vida após o morte?
Existe opção além de ser forte?
Toda vez que me olho dói cada vez mais
Ficou impossível meu sonho de paz
Nenhum castigo me será suficiente 
Nem sou digna de morte descente
Que sejam curtos meus dias na Terra
Que queiram minha alma terna
Pois depois de tanta dor, apenas o que sei
É que eu tinha amor que nunca darei

sábado, 8 de dezembro de 2012

Após.


Existe vida após a morte? 
Existe vida após o amor?
Existe morte após o amor?
Existe perdão após a morte?
Existe amor após o perdão?
Existe paz após o amor?
Existe paz após o perdão?
Existe paz após a morte?
Existe amor após a morte?
Existe perdão após a dor?
Existe amor após a dor?
Existe dor após o perdão?
Existe vida após a dor?
Existe perdão após a paz?
Existe algo além de nós?

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Não me venha mais falar de amor
A única droga que me interessa
É aquela que me leva para longe dessa realidade
Não faça promessas, não minta
Não venha me convencer que o para-sempre acaba
Não me quebre nem danifique
Nem fique
Apenas não me fale mais
Nem me diga que temos tempo
Porque o tempo agora é meu maior inimigo
Nem me fale de esperança
Não dê conselhos que você não segue
Sossegue
Nem sei se ainda quero que me peça perdão
Não sei mais o que eu quero
Até sei, é voltar no tempo
Mas isso é impossível
E agora que estou só
Não acredito mais nessa de que o impossível é um ponto de vista
Chega de mentira, de ilusão e de bebida.
Me resta morrer ou aguentar o peso
Da vida triste que me aguarda
Ver minha pele ficar enrugada
E os anos me darem marcas como presente
Não quero saber como se sente
A única coisa que eu quero é o fim
Então não me venha mais falar de amor

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Testamento

Basta que eu fique em silêncio um minuto para ouvir, longe, mas forte, a tristeza querendo ser liberta e sair sangrando dos meus olhos. Então isso me faz pensar em qual é o elo que existe então? A única coisa que eu realmente gostaria de ter errado era que o que existe é algo fraco, um nada, um por acaso. O que dói aqui nem me incomoda mais. Com o tempo, se sabe e se acostuma a viver na margem. Eu nem se quer reclamo, apenas suporto me olhar e ver os cacos e restos de sonhos. O tempo deixando marcas e eu a cada dia mais a mercê do julgamento alheio. Logo eu que quis um mundo diferente, não sei se quer mudar um pensamento. Eu queria matar as lembranças. Eu queria matar tanta coisa. É com tom de conformismo que eu não chamo por socorro morrendo nessa areia movediça. Qual é a diferença? Qual é a recompensa? É uma vida de andar só(isso é bom na maioria das vezes), de ter poucos amigos, de saber se cuidar. Eu vou trancar a porta da sala, eu vou esquecer a mudança. Já estou aqui, posso ficar e deixar com que todos possam seguir suas vidas e eu possa ajuda-los sempre que possível, será essa a minha alegria. Que venham as dores, eu aguento. Que venha a ingratidão, eu seguro. Eu tenho a missão de aprender a me conformar quando a luta já está perdida. Eu sei que está perdida. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Teresinha



"Foi chegando sorrateiro

E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito um posseiro

Dentro do meu coração."

terça-feira, 19 de junho de 2012

Cale-se!


"De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta"

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Três pontos

Dá vontade de inventar um próprio Deus.
Um que seja sem inconsistência
Que não pese na consciência
Que me aceite acertar e errar
Porque sou eu um monte de carne
Que de alguma forma consegue pensar
Que Deus é esse que me deixa questionar?
Deve querer perder seu lugar
Pois o meu deus vai ser tão bom
Que na vida ninguém vai sofrer
Esse papo de que tudo tem que ser difícil
É de quem não tem o que fazer
O que eu quero de Deus nem é perdão
Nem pão
Nem paixão
Comunhão
Quero uma vida sem sacrifício
Pois só viver já um amargo ofício
Basta lembrar o que já perdemos
E a  toda a dor que invade a cabeça
Nas noites vagas de Segunda
Essa minha mente imunda
Tanto maquinou que parou
Agora eu preciso dela e pergunto:
Onde está o bendito Deus que não me ajuda?
Estará preocupado com a pobreza?
Com a minha mente cheia de tristeza?
Na verdade, nem se sabe.
E antes que o tempo acabe
Concluo que sou melhor sem deus
Os meus erros são meus
E hei de pagar o que faço!


terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma música triste

Tudo era embalado por uma música triste
E uma letra que ninguém conhece
Duas grandes mentes
Lutando contra a não-razão da vida
Buscando esperança onde não há
Cada dia é um dia para se deixar passar
Ou apenas abraçar
Uma música triste para fazer com que a alma
Pare de sonhar com um novo dia
Alguma coisa que prenda meus pés
E me faça sentir encorajada a falar
O que tem aqui dentro de nós
A triste verdade do destino
Que no fim, todos já esperavam
Menos nós.

terça-feira, 15 de maio de 2012

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Acordei, percebi um braço
Que me prendia como um laço
E o próximo passo
Foi dar um sorriso sem medo
Olhar para a hora e dizer que está cedo
Me abrace e durmamos mais
Por um minuto não tínhamos pais
Era um aglomerado de nada
Uma função void que retorna o não nada
Recursão sem critério de parada
É o que chamam de gambiarra
Agora o programa vai funcionar
Acredite sem debuggar 
Não adianta "printar" mais nada
Agora eu caí da escada
Mas não esqueci do que ouvi
Então vão reclamar da sobrecarga
Agora só tem bebida amarga
Deixa o dinheiro na mesa e não fala
E quem me espera, agora não sabe
Use um tipo que equivale
Para seus amigos digitais
E antes de se achar o Calígula
Não esqueça do ponto e vírgula
Porque eu não ajudo mais



segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sem nexo.

E mesmo eu querendo
E lutando contra a sorte
Meu coração sangra do corte
Da labuta de cada dia
Da minha pele que ardia 
Daquele Sol que queimava
Um corria o outro amava
E lá se ia a procissão
Mulheres nos cavalos
Homens no chão
Como um cão
Tanta vida e pouca lembrança
Tantas marcas e ainda são crianças
Que vagam na noite sem pai
A mãe na madrugada se vai
Vender-se a procura de pó
Ele fica no seu canto só
Observando o emaranhado
Quando dá por si, está todo molhado
Da chuva e das lágrimas de Deus
E fugindo da vida e da morte
Novamente olha o corte
A sina que o Pai lhe deu.

Isso vai sem eu dizer.


sábado, 7 de abril de 2012

...

E seria como se eu negasse toda essa saudade. Dizer que tudo me fez crescer e ser uma pessoa melhor, mas eu olho para você agora e penso que algumas pessoas conseguem dormir com crimes maiores que os meus. Eu nunca matei ninguém, mas você me matou, e como matou! Então eu tenho levado a vida(ou sobrevida, ou morte?) a jogar aviõezinhos por uma sala sem alunos sapecas. Tem  sido como caminhar com seres invisíveis e acreditar que acreditar e lutar não é suficiente. Agora que eu sei que é para sempre, que a sua voz vai ser um fantasma que atormentará para sempre, não sei se choro ou desanimo, só sei que meu peito dói da sua falta  e do ódio de tudo que você (não) fez. Te desejo vida longa de alguma coisa, ou de alegria, ou de ilusão, mas que um dia, se leres isso, saiba, que amor nunca acaba, ele dorme.

sábado, 24 de março de 2012

Um dia antes de tudo acontecer.

Estava tudo muito bem
Até o dia que alguém
Perguntou por você
Então tive que responder 
Que algo aqui dentro jaz
E que muito tempo já faz
Desde a última vez que te ouvi
Então uma história triste vivi
Entre as lembranças de tardes sem fim
E das ilusões que construí  para mim
Você foi a que eu mais desejei
E hoje ainda não sei
O que causou tanta mudança
E chorando feito criança
Tentei voltar para meu lar
Mas estava abandonado o lugar
Fiquei então sem direção
Feche seus olhos e segura minha mão
Voltemos no tempo, vamos voltar a viver
Sonha comigo e acorda
Um dia antes de tudo acontecer.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Um dia de descanso

Me dá uma dia de paz nos braços da paz
Um dia de descanso
Pois quanto mais eu canto e canto
Uma lágrimas de sangue na minha face jaz
E como se eu fosse capaz
De ir contra o sistema
No meio do dia faço um poema
Ainda com gosto de feijão
De proletariado e pião
Nada de utopia nem ilusão
Temos uma meta, um trabalho uma reunião
Um dia para ganhar o sustento
E dias que eu quase não aguento
Quando a cabeça descobre a pressão
Eu vou andando como quero
Nem sempre como espero
Sem ver sorriso de ninguém
Sem chamar você de "meu bem"
Vamos tocando o enterro para frente
Reza a lenda que ficamos mais inteligentes
Quando mais tempo passar
E como comecei eu termino
Como um sonho de menino
Apenas deixem-me descansar.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Eu pensei que haveria
Sempre o tempo de sonhar
Que cresceríamos e então
Teríamos nosso lugar
Pensei que todo dia
Viveríamos com emoção
Mas o que vejo é um ônibus lotado
E um prato de feijão
Uma história que não se escreve
Uma lágrima a nos afogar
Uma angústia na despedida
Sem sementes pra plantar
E o cada um sabe de si
É o pouco que se quer viver
É o que resta de todo sofrimento
É o horizonte que se vê
Ao invés de um "boa noite"
Tenho um silêncio frio
Um medo de acordar
Que eu mesmo crio
E já que sou isso eu me deixo
Ao desleixo
Eu caio.


sábado, 3 de março de 2012

"Porque eu te amo"
Era o que mais se ouvia por lá
Era um terra sem fertilidade
Onde as flores foram brotar
E aquilo mais parecia um milagre
Um dia de aceitação
Como se toda seca fosse esquecida
Numa chuva no sertão
Uma terra tão divida
Sem povo para habitar
Mas ouviu-se uma voz tão doce
Que de repente o mundo inteiro trouxe
Um gosto para provar
Mas sem  aguado, sem nada
Sem amor e cuidado
Tudo aquilo voltou a secura
Um deserto desabitado
E cada dia que se passa nessa cidade
É um ano de horas que nunca passam
É um oceano queimando a costa
Namorados que nunca se abraçam
A cidade será empoeirada em breve
Esquecida no meio do mapa
Cada sorriso, uma luta
Uma trilha sem pegadas
O que se diz depois de tudo
É que a cidade será derrubada 
Está no seu direito, concordo
Depois de tanto saqueada
Haverá um dia de Sol
Uma noite de Sol
Mil verões para nada


sábado, 18 de fevereiro de 2012

Carna(va)l











Eu não sei fazer isso.
Não sei mesmo fazer.
Colocar essa máscara e dizer
Que já não dói
Cada lembrança fica forte
Cada foto é uma bala
E toda música embala
O meu carnaval sem marchinha
Só uma lamentação bem baixinha
Da saudade que aperta tudo
Onde está o bloco da tristeza?
Basta olhar essa chuva
E lembrar do tempo
Que ficar em casa era bom
Sem texto e sem batom
Ser cada um no seu lugar
Sem saber se sou uma lembrança
E que tamanho esse samba - enredo tem
Eu vou tirando a fantasia e os confetes
Sem pular carnaval com ninguém
A quem diga que isso passa
Mas carnaval todo ano tem



Marchinhas!


Carnavalizar


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Apenas estava cansada daquilo todo dia. Acordar e procurar motivos para aquela existência vazia. E fazendo aquela oração mental, vai se arrumando para não chamar atenção e pondo muito pó para esconder as evidências de mais uma noite mal dormida. Simplesmente cansou. Mas o que fazer agora então? Já não tinha a quem pedir ajuda e já era tarde para procurar abrigo. Não havia sequer uma caridosa alma que lhe estendesse a mão. Caminhou pelo cômodo e olhando os poucos móveis da casa e quis desabar sobre si. De dentro quis sair um grito estridente que entraria em todas as casas daquela cidade. Banha-se. Ainda com sono apesar de tudo. Confusa, confusa. Ajeita os cabelos diferente de como ajeitou ontem. Sacode os braços e tenta falar algo. Sussurra para alguém que só ela ver. Cantarola. Sai, fecha a porta e nem olha para trás. Que fiquem por lá os pesadelos e desejos não realizados.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

"De volta pra casa..."

Parecia mais um casulo. Um lugar onde estamos sempre seguros. De vez enquanto nos aventuramos a sair dele e expor nossa pele ao Sol, mas a nossa capa sempre estará lá, para podermos voltar quando somos expulsos da casa dos outros. Podemos voltar quando este mesmo Sol queima toda nossa esperança. Então, como borboletas, lutamos para romper o casulo na hora certa. Gritamos pela nossa sobrevivência, mas no meu caso, depois de sair e voar por muitos ares e lugares, volto para casa sem uma das asas ou apenas triste.  Mas já que eu construí um porto seguro, sei que posso voltar e curar as feridas dessa quase vida cheia de aventuras e maldades. Isso é o que me tranquiliza hoje. Sempre teremos nossa casa de volta.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

De sentimentos, amores e destinos



De repente o que eu tinha era uma imagem. Uma reles projeção de velhos sonhos. Eu e a minha mania de completar as lacunas do mistério com bons sentimentos e reclamando depois da resposta. Querendo que  o outro seja mais eu do que ele. Que pudessem cumprir a palavra, apenas isso. Eu e minha mania de ser certa, sempre quebrando a cara pelas esquinas, apanhando na rua e em casa, rasgando o nome pela rua. Mas conhecida como a sonhadora, mais louca que coisa existente. Cada um pro seu lado e uma noite esquisita, onde se sente saudade do que se quer manter longe. Tudo que peço é um abrigo no meio dos sorrisos e abraços. Frases repetidas, músicas e outras coisas tão parecidas, já me saturaram a ponto que eu querer rasga-las em público. Aquela agonia de fim de domingo pesando no peito e poluindo a alma, fechando a porta de casa sem deixar entrar o vento. Cada dia é um novo problemas, uma pergunta aos nossos motivos. Para quê levantar se logo me deito? Cada um com a sua cruz no meio do tempo. Não falando de mim mas da amargura, da tristeza e das outras coisas que ensinam, procuro mais espaço nessa favela de sentimentos, amores e destinos. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A cor da...

Outro dia eu acordei como naqueles dias que a gente acorda em paz. Sem despertador, sem ligação no celular, sem ninguém te chamando. São nesses dias que eu acordo e só o silêncio me circunda. Não sentia saudade, nem tristeza, nem abandono. Sentia apenas o lençol me abraçar como se eu fosse ainda um bebê. Como se aqueles acessórios todos para dormir criassem uma proteção contras os maus sonhos e os monstros da noite. Aquele jeito de acordar que a gente nem sofre nem deseja. O Sol foi dando as caras pelas brechas da janela, como se quisesse dourar a minha pele também. A única coisa de que reclamo é a falta do som dos pássaros. Mas surpreendentemente a capital estava em silêncio. Um silêncio delicioso. O meu corpo estava de um modo que refrescava os lençóis de tão agradável que ainda estava. Tinha sido daquelas noites que a gente dorme na posição certa e não sonha. Como se a noite tivesse passado num picar de olhos mas você está descansado. Olhei para o relógio, 06:50h. Se eu me levantasse naquela hora, poderia ir correr, dá uma volta na praia, passear... mas não: eu quis ficar ali entregue ao confortante deleite do quase acordar. E ao invés de sentar na cama, tentar listar os meus compromissos do dia e procurar motivos para levantar, simplesmente revirei e voltei a dormir. Afinal era sábado e eu sou igual adventista do sétimo dia, não faça nada no sábado!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Tantas vezes eu quis caminhar só. Dizer que estou pronta para lutar pelas minhas decisões. Mas cada foto me traz um pedaço do que devo esquecer mas não posso. Embora não troquemos mais falsos carinhos e sabendo que és outro diferente daquilo que vi, mas minhas lembranças és o mesmo. O mesmo sorriso, o mesmo afeto, a mesma voz. Como pensar que aquilo foi ruim? Para quê esquecer se foi a primeira vez que tudo fez sentido para mim? O mais difícil é dividir o que você é do que você foi. Porque agora eu consigo ver os defeitos e o quanto eu o fiz perfeito. Se não posso tê-lo, miro as fotos, coloco-as dentro do peito, onde nem o tempo e a saudade conseguirão apagá-las.

Não vá embora...